sexta-feira, 29 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
O central recupera credibilidade.
JC – Por que você quis ser presidente do Central?
JOÃO TAVARES – Primeiro por ser uma pessoa nascida e criada em Caruaru, por ter passado pelo Central na divisão de base, de 1984 a 1987, por amar a terra e gostar de futebol. Sempre tive um carinho muito especial pelo Central. Na soma de tudo isso, e apoiado por algumas pessoas, resolvi enfrentar esse projeto de administrar o clube.
JC – Como estava o clube antes e agora, principalmente na parte financeira?
JOÃO TAVARES – O clube estava numa situação difícil, com funcionários sem receber salários há vários meses. Resolvemos isso e investimos na recuperação do Estádio Luiz Lacerda, que estava interditado pela Federação Pernambucana de Futebol. O clube também devia em algumas lojas do comércio de Caruaru e praticamente quitamos tudo. Hoje o Central recuperou a credibilidade, com o esforço de toda a diretoria.
JC – Como o senhor avalia a atuação do Central na Copa Pernambuco?
JOÃO TAVARES – Temos a intenção de fazer da Copa Pernambuco um laboratório para o Campeonato Pernambucano de 2011, então já era esperado os altos e baixos que o time está passando. Fizemos uma partida muito boa contra o Santa Cruz e fomos muito mal contra o Porto. Mas o importante de tudo isso é que a diretoria está atenta para que no final da competição a gente possa fazer uma peneirada e aproveitar alguns jogadores.
JC – Como a Patativa está se preparando para o Campeonato Pernambucano 2011?
JOÃO TAVARES – Já estamos trabalhando, mas o preparativos começam para valer no dia 1º de dezembro. Além de aproveitar alguns jogadores da equipe atual, vamos fazer novas contratações.
JC – Quantos novos jogadores serão contratados?
JOÃO TAVARES – Vamos ficar com uns dez jogadores, entre os da base e os que disputam a Copa Pernambuco, e contratar pelo menos mais 16 atletas. Pretendemos fazer um grupo com 26 jogadores, sendo três goleiros e dois jogadores para cada posição, mais uns três ou quatro para completar os treinamentos. Deveremos trazer jogadores do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, do interior, como também de Minas Gerais e do Paraná. E existe a possibilidade de trazermos jogadores do São Paulo, conforme uma parceria que já iniciamos esse ano.
JC – É possível tratar o futebol como negócio?
JOÃO TAVARES – No Central é muito difícil, tudo no clube é complicado. As pessoas que passaram por aqui já tinham me falado sobre isso, mas quando vim para o clube sabia que tinha todas essas dificuldades. Hoje o Central é um clube onde você só gasta, só investe, mas a gente faz por amor ao time e à cidade. Coloquei-me à disposição para dar o melhor pelo Central e assim vou fazer.
JC – Como fazer para o futebol do interior evoluir mais?
JOÃO TAVARES – No interior ou na capital, o mais importante é investir na categoria de base, mas infelizmente hoje nós não temos uma categoria de base, nós montamos uma praticamente às pressas. O Central tem um terreno muito bom nas margens da BR-104, mas precisa de investimento financeiro para fazer ali uns três campos e investir na categoria de base. Se a cada ano você conseguir negociar um jogador, o time já se sustenta. E depois disso, o Central precisa ganhar um título pernambucano. Só existem dois Estados em que um time do interior não foi campeão: Rio de Janeiro e Pernambuco. Para conquistar títulos é preciso manter um grupo homogêneo, com jogadores comprometidos com o clube e com a cidade.
Fonte: Jornal do Commércio
Edição de 18.10.2010