Hoje não tenho mais teu canto.
Tua voz não mais repercute nos meus ouvidos.
Mas tua lembrança permanece vívida, pronta, acabada.
Tua inteligência, teus comentários, já que ser visionário não é tarefa comum.
Mas o mais engraçado é saber que isso tudo não é importante. Importante, interessante, são os detalhes, teu jeito, teu sorriso.
Interessante é tentar a cada respiro, a cada sorriso, a cada suspiro, relembrar os momentos que passamos juntos.
E, infelizmente, saber que isso é apenas uma cópia malfadada de um tempo, bonito, que não se renova.
Mas o que doí mais, e saber, que esse tempo, bonito, perfeito, acabado, foi tão fulgaz quanto um suspiro, um suspiro igual ao da tua triste partida.
Te amo, painho. Como queria te ligar, falar que o nosso Central é líder. Conversar bobagens, talvez até não concordar...
Como a morte é insensível ao não permitir que um filho converse com seu pai...
Talvez seja por isso que ela é a morte...
Saudades que o tempo não apaga, apenas inova, multiplica, imortaliza.
Sérgio Pepeu.